Os infartos, tradicionalmente associados a pessoas acima dos 40 anos, têm se tornado uma realidade preocupante entre jovens. Dados do Ministério da Saúde, analisados pelo jornal O Estado de São Paulo, mostram que as internações por infarto em pessoas com menos de 40 anos aumentaram 184% entre 2000 e 2022, passando de 1,7 para quase 5 casos por 100 mil habitantes. A faixa etária mais impactada foi a de 35 a 39 anos, com um aumento de 79,8%, enquanto os casos entre 25 e 29 anos mais que triplicaram no mesmo período.
Esse crescimento alarmante está relacionado a fatores como obesidade, sedentarismo, estresse, alimentação inadequada e o uso crescente de cigarros eletrônicos e hormônios sintéticos. Em 2024, 34% dos adultos brasileiros apresentavam obesidade, um aumento de 70% em comparação a 2019, segundo a Fundação Oswaldo Cruz e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso). A gordura abdominal, em particular, é apontada como um dos principais marcadores de risco para doenças cardiovasculares.
De acordo com o Dr. Arthur Pipolo, médico cardiologista do CRD Medicina Diagnóstica, o aumento nos casos de infarto precoce exige uma atenção redobrada à saúde cardiovascular. “Exames de imagem como o Doppler, tomografia, ressonância magnética e ecocardiograma desempenham um papel essencial, não apenas no diagnóstico precoce, mas também no acompanhamento contínuo de pacientes com fatores de risco”, analisa. “Prevenir é sempre melhor do que tratar, e a tecnologia está ao nosso lado para isso”, acrescenta.
O especialista explica que o infarto ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma parte do músculo cardíaco é interrompido, geralmente devido à obstrução das artérias coronárias por placas de gordura ou coágulos. Essa interrupção pode levar à morte do tecido cardíaco afetado, resultando em complicações graves ou até fatais.
“A prevenção envolve a adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos, controle do estresse e evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool”, detalha. Além disso, reforça o Dr. Arthur, manter uma rotina de consultas médicas e realizar exames preventivos são medidas fundamentais para identificar precocemente quaisquer alterações e garantir a saúde do coração.