Infarto, AVC e insuficiência cardíaca não precisam chegar de surpresa. Segundo um estudo internacional de longo prazo, que acompanhou milhões de pacientes por duas décadas, mais de 99% das pessoas que desenvolveram doenças cardiovasculares tinham ao menos um dos quatro principais fatores de risco já identificados pela medicina: hipertensão arterial, colesterol alto, glicemia elevada ou tabagismo.
O cardiologista do CRD, Dr. Arthur Pipolo, reforça que a prevenção ainda é o caminho mais eficaz, e possível, para evitar as principais causas de morte no Brasil. “A maioria dos infartos não acontece de forma súbita, sem aviso. O corpo costuma dar sinais e, muitas vezes, esses sinais aparecem nos exames. Nosso papel como médicos e centros de diagnóstico é identificar esses alertas antes que virem emergências”, afirma.
Entre os principais vilões, a pressão arterial acima de 120×80 mmHg foi o fator de risco mais presente entre os pacientes analisados. Para o especialista, mesmo níveis considerados “limítrofes” já acendem um sinal de alerta: “Valores que antes eram vistos como ‘normais altos’ hoje sabemos que já representam risco aumentado. O ideal é monitorar periodicamente e tratar o quanto antes, sempre com orientação médica”, explica Dr. Arthur.
Outros fatores perigosos são o colesterol total acima de 200 mg/dL, a glicemia de jejum acima de 100 mg/dL (ou diagnóstico de diabetes), e o tabagismo. Todos diretamente relacionados à formação de placas de gordura nas artérias e à sobrecarga do sistema cardiovascular.
Para rastrear essas condições silenciosas, Dr. Arthur lista uma ampla gama de exames cardiológicos de alta tecnologia. “MAPA 24h, HOLTER, Teste Ergométrico, Eletrocardiograma, Ecocardiograma, Doppler de carótidas, entre outros, são exames que, quando bem indicados, podem ajudar a salvar vidas”, pondera.