A Covid-19 pode atacar o cérebro? Apesar de ser um universo novo que demanda muita pesquisa e aprendizado, estudos apontam uma relação entre os sintomas da COVID-19 e as manifestações neurológicas.
Contudo, um trabalho chinês publicado no JAMA Neurology avaliou 214 pacientes portadores da COVID-19 e identificou que 36% deles tiveram algum tipo de problema na massa cinzenta, dentre eles, alterações sensoriais, derrames e confusão mental.
O neurologista Rodrigo Castro afirma que as manifestações neurológicas nos pacientes com Covid-19 são diversas e podem estar relacionados a sintomas comuns, como uma simples dor cabeça ou uma tontura;
Além disso, outros sintomas da COVID-19, como perda do olfato e paladar, bem como os sintomas de potencial grave que estão ligados à perda da consciência, epilepsia e alterações neurológicas súbitas, podem também indicar alterações neurológicas.
“À medida que o vírus se disseminou e acometeu um maior número de pessoas, novas associações foram vindo à tona como encefalites e encefalomielites, que são inflamações neurológicas”, frisa o especialista.
O neurologista aponta, ainda, evidências cada vez maiores sobre a relação entre a Covid-19 e as complicações neurológicas. Uma delas é a síndrome de Guillain-Barré e o AVC, com vários casos já publicados na literatura.
Avaliação médica
O neurorradiologista Ricardo Daher afirma que cada um dos sintomas relacionados às alterações neurológicas em pacientes com Covid-19 deve ser avaliado por um médico especializado e, quando necessário, deve-se solicitar exames de imagem.
Em suma, Ricardo destaca que nos casos mais graves, onde existem algum sinal de alerta, como uma alteração neurológica aguda ou uma crise convulsiva, a Ressonância Magnética é de extrema utilidade.
Nesse ínterim, Ricardo acrescenta também, que se necessário, a avaliação vascular por Angiorressonância Magnética também pode ser útil. “Em casos de cefaléia e perda do olfato, o uso de exames de imagem, deve ocorrer de forma ponderada, apenas quando os sintomas apresentarem algum alerta importante”, reforça.
Outra questão preocupante é se o novo coronavírus pode servir como um gatilho, a longo prazo, do aumento de incidência nos transtornos neurológicos e neurodegenerativos.
Segundo o neurologista Rodrigo Castro, o coronavírus, de modo geral, tem sido implicado como potenciais agentes etiológicos de autoimunidade do Sistema Nervoso Central.
“É importante que pacientes que tiveram Covid-19 e manifestações neurológicas sejam acompanhados por um neurologista mesmo após a total recuperação da doença”, completa Rodrigo.
SINTOMAS DA COVID-19 EM CASA
Segundo os dados da Associação Mundial do AVC, houve uma queda global de mais de 60% nos atendimentos de AVC após o início do isolamento social.
Entretanto, o neurologista Rodrigo Castro alerta sobre a presença de sintomas como cefaléia persistente, crise convulsiva, confusão mental, perda de força em um dos lados do corpo ou perda de sensibilidade associado ou não a sintomas respiratórios como tosse e febre, é de suma importância que o paciente procure atendimento médico de urgência de preferência em instituições com a presença de um neurologista.
Por fim, é importante ressaltar que só por meio de uma avaliação médica, com exames complementares, é possível identificar se as alterações neurológicas estão relacionadas com os sintomas do COVID-19.
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